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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Cotas de amor



Sou dos excessos. Das colheres a mais. Do sono de menos. Da medida que nunca enche. Dos olhos que sempre enchem. De vida, de esperança, de dissabor.
Sou da doação sem culpa. Do esforço sem limite. Da entrega sem troca.
Nada de cotas de amor. Nenhum perigo de dor à prestação. Fora de cogitação as lágrimas em conta-gotas. Que seja amor à vista, custe o que custar. Cachoeira de choro, paixões vertiginosas.
À flor da pele a cada palavra. Borbulhar de medos, tensões e emoções. Controle sem pilha. Paleta de cores colorida de indecisão: nuance a nuance. Cogitação de palavras, imaginação de cada pensamento.
Não às réguas que tomariam a métrica do amor. Seja tolo o quanto for. Seja injustamente sofrido, nenhuma razão. Seja simples às avessas, que se consome até que a chama queira apagar. Seja vivo e voraz. Sozinho em acordar e livre pra jogar-se sem cálculo, sem certeza. Tiro no escuro. Roleta russa. Loteria.
Não me pergunte quantas porções. Nunca me ofereça rifas. Quantas cartelas me garantem o prêmio? Quantas porções completam minha refeição? Sirvo apenas sem moderação. Remediar em overdose. Nunca doses homeopáticas.
O equilíbrio me falta. Ainda que insistam em me dedicar caixas, em me imprimir disciplina, dela me escorro. Esvaio. O exagero me inunda. Cada extremidade minha treme. Sente. Toca. E de um encostar de dedos a um abraço apertado, a intensidade é uma só. A maior. Em máxima potência.
Quando o bem vira uma faca de dois gumes, o perigo cerca todos os lados. Mas quando jorra o sangue bom, o sacrifício vale a pena. O amor estanca toda dor. Acalma todo pavor. Arrebata e derruba a mais segura defesa. A esperança de toda luta é a vitória final. Nem que seja no suspiro conjunto. Nem que seja no sorriso completo em dois.