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A melhor realidade é sim para os sonhadores.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Minha #retrospectiva2010

21 de dezembro de 2010.


Hora de calcular. Amores, deixei alguns de onde vim. Amigos, fiz mais uns quando cheguei. O jornalismo como eu o conheci, aprendi a controlar [ficou em standby], mas é pra vida. Até que a morte nos separe. Dinheiro, tive mais, gastei mais e precisei de mais ainda. Mas falta nunca houve. Sobrou dúvida, inquietação, novidade, conhecimento. Sensação de liberdade, de responsabilidade, de maturidade. Tudo junto e misturado. 


Viajei, passeei, me perdi por onde nunca antes tinha pisado e me achei onde tantas vezes visitei: aqui, por dentro de mim. É, o que antes era uma visita com hora marcada virou papo de comadre, confidências de horas a fio. Choro desmedido. Humor descoberto. Vida reconhecida. A simplicidade dos detalhes de antes surgiu com mais vivacidade na cor e a companhia em mim só ganhou um corpo todo. Tive medo, ouvi Deus. Percebi contrastes, analisei cenários, estudei pessoas e recebi reações incomuns.


Aprendi o que é sangue frio. Vi como se comportam os de cá. Notei que quanto maior a cidade, maior o xingamento. Paguei mais tarifa por saque no cash eletrônico do que comi de almoço nos finais de semana da pós-graduação. Senti saudades de casa. Dei valor ao calor da minha cama. Decidi ser mais segura. Tive de escolher a firmeza. 


Contei até dez mais de cem vezes. E por vezes, não consegui chegar lá. Quis amar à enésima potência e meu fôlego não alcançou. O coração planejou bombear o amor pra fora de mim. Dei o que eu pude. Garanti sorrisos belos, gargalhadas verdadeiras e divinamente gostosas. Não consegui estancar algumas lágrimas. Eram necessárias. Orei, então. Senti dor quando não devia. Me tornei mais criativa do que imaginava possível. Fui egoísta e generosa. Companheira e solitária. Fiel a mim e a quem esteve ao meu redor.


Descobri que não há descrição para o prazer de trabalhar com paixão. Estudei comunicação de mercado. Menos ideal, mais real. Executei tarefas em grupo. Tive que ceder. Fui tão exigente quanto sempre. Tentei ser mais tolerante. Falhei.


Segui conselhos e abdiquei de caprichos. A outros, dediquei empenho. Me esmerei, me superei. Tentei organizar. Comecei a escrever. Criei blogs. Falei de amor às escuras. Publicizei pensamentos. Opinei, dei ideias, calei. Um silêncio barulhento, cujos sons eram nitidamente ouvidos a cada gesto ou expressão facial que escapavam de mim. Senti falta de um cafuné. De rede, De um beijo. De guaraná Jesus. De praia. Da luz que me acordava todo dia, na fresta do meu quarto.


Aprendi que frila é um estado permanente de um jornalista. Frilei – e frilarei. Reuni com desconhecidos, estudei mídias sociais. Criei uma conta no twitter e outra no facebook. Deixei minha voz gravada na rádio, mesmo sabendo que era um horror. Soube que SS não é só sigla pra Silvio Santos, mas é nota máxima (10) no dialeto acadêmico brasiliense. Morei sozinha. Cozinhei pra mim e sempre dosei errado. Comida sobrou, a louça não. Varri a casa, tive crise de coluna, fui arrastada pro hospital. Lavei a roupa na máquina. Escolhi panos de prato.


Fiz mudança. Desliguei o botijão de gás pra evitar incêndio. Tomei banho vestida. De chinelos. Desenvolvi dotes manuais. Fui mais mulherzinha. Constatei que sou um gênio de madrugada. Ideias jorram da mente num horário indevido. Arrumei minhas malas. Assisti aos jogos da copa sozinha. Gritei com as paredes, reclamei com o juiz no outro continente. Vi os símbolos nacionais todo dia e me senti mais brasileira. 


Justifiquei meu voto pela primeira vez. Dirigi o carro alheio. Esperei filas longas em aeroportos, fiz escalas, pesquisei passagens. Comprei roupas de frio. Nunca me acostumei com as viradas de tempo. Fui mais a shoppings que em toda a minha vida. E a teatros também. Dividi a geladeira com trocentas pessoas. Comeram meu bolo sem que eu permitisse. Aprendi a tricotar. Fiz as unhas quase diariamente.


Me virei. E cá estou, fazendo as contas pro fim da semana, quando toda a bagagem deste ano se resumirá no sorriso que - pretendo eu – levar de volta pra casa e por onde eu andar. E nos braços abertos. Pra acolher a quem se dispuser a estar comigo e a quem queira me abraçar. Sorriso e abraço. Presentes de graça em 2011.


PS: Criei coragem pra dizer tudo e, no final, fiquei na respiração funda acompanhada de um suspiro: um bom começo ou um melancólico fim.

sábado, 30 de outubro de 2010

Na caixinha!

Olhava fixamente pro meu celular. Branco, retangular, abre em slide. Na mente, comparei-o a uma caixinha. De música. E passei então a me dar conta da razão deste post. Nós vivemos encaixotados. Estamos presos nos cubinhos em que cabemos melhor. Não é mais a época em que a tecnologia, por exemplo, é uma extensão de nós. Na verdade, hoje em dia, ela nos superou. É maior que nós. Nos envolve e leva para dentro.

E nós não reclamamos. Os fones de ouvido espalhados no meu quarto que me fazem parecer um gatinho enrolado em um novelo de lã também me denunciam. A caixa do celular naquele exato momento era para mim o refúgio. Uma outra vida que eu tinha escolhido viver fora dessa. Ou dentro. Como queira. É a caixinha do tamanho perfeito que me leva para onde eu quero sem o ônus do deslocamento. E com o bônus da criatividade. A imaginação borbulha. São rostos construídos, sorrisos refeitos, sons transformados em imagens. Ando como se o “pause” da vida real abrisse um link pra o paralelo, uma espécie de mistura de sensações e pessoas na qual me encontro sempre que trago lembranças verdadeiras e presenças virtuais.

Pulo para uma caixa maior. Dessa vez são as conexões do modem que me reportam ao universo do qual sou íntima ainda que na teoria. Ou melhor, em uma prática experimentalmente limitada. Sem toque, sem nada palpável. São as letras que traduzidas podem ser o que quisermos. Ai, como escorregamos na interpretação. Sim ou não de difícil visibilidade. Nada nítidos. Palavras afetuosas viram rapidamente violentas no instante em que brigas genuínas aparentam calor de carinho.

Ao mesmo tempo, dentro das caixinhas, temos redes. Redes que não embalam somente nossos corpos. Elas movem nossas mentes, aumentam a velocidade de nossas sinapses e nos mantêm sempre em contato. Não nos dão descanso como as de outrora. Quase nunca nos fazem relaxar, afora quando as usamos para desfrutar das risadas que podemos partilhar com um ou outro. Mesmo desconhecidos. A semelhança? Ambas as redes nos põem em suspensão. Elas nos deixam sem os pés no chão. Flutuando. Twitter, facebook, Orkut e o que nos envolver na interface do aparente e do dito. Entre o bendito e o maldito, todas as palavras são escutadas. Lidas. Expostas. Mesmo quando no silêncio das entrelinhas.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Lentes Do Contato





Eu tenho astigmatismo. Uso óculos. Pelo menos deveria. Nunca tive lentes de contato. Minha mãe, sim. Ela as põe e tira diariamente. Sem elas, fica uns 10º mais cega. Lentes, em geral, alteram a visão. As dos óculos não trazem mudança permanente. As lentes de contato, quase. Mas elas cumprem direitinho a função de desembaçar, de tornar nítido. São de contato as lentes pois exigem uma intervenção direta, até invasiva, no sentido de se tornar uma só com o olho. Elas colam, viram parte, Se misturam.
É exatamente o que acontece quando alguém conhece Cristo. Recebe lentes. São as lentes DO contato. Essa nova forma de enxergar impele a estar perto, a querer proximidade. Se as coisas de Jesus não fossem tão perfeitas, eu diria que as lentes distorcem até que vejamos o mundo mais distante, justamente para nos obrigar a chegar mais pertinho.
O que eu posso dizer, entretanto, é que as lentes do contato são autoexplicativas. Elas tornam as pessoas semelhantes, da maneira menos monótona da palavra. Elas geram atração pelo que poderia parecer feio. Elas limpam toda a poeira, removem a sujeira e clareiam qualquer ponto escuro. Trazem de volta o foco real: o potencial mover de Cristo (e a perfeição dEle) em cada ser que mira!
Quando as lentes de Cristo grudam em nós, elas persistem. Tornam-se parte natural de nosso corpo. E essa visão sem “escamas”, “traves” e “argueiros” vira a preferida. É por ela que todos os dias Ele nos perdoa, nos entende ou – ainda que não entenda – aponta um caminho melhor, novo. É a vista ajustada que não permite que desistamos. É ela que nos enche de misericórdia e graça.
Ao mesmo tempo, ela não nos cega. Não tapa nossos olhos para o que está errado. Não atribui a nós nenhum grau de ilusão. Apenas cria em nós possibilidade de multiplicar a nitidez da em visibilidade. Como células regenerativas, além de corrigirem em nós, as lentes viram prova de milagre. Vão se reproduzindo tantas vezes quantas for preciso. Pra que possamos receitá-las a tantos quantos as quiserem.
Topando, passa no meu “consultório”. Tem um estoque por lá.   ;)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Take your way



Caminhos são pontes, são conexões. Com sonhos, com desejos, com alvos, com intenções. Desde que nascemos, rabiscamos traços que nos ligam. Do mais primário ao mais complexo. Daquele percurso de volta para casa - que parece vai estar sempre ali - à cesta de basquete do colegial - que parece sempre tão longe.

De uma estrada que nos conduz pelas férias até uma ligação de celular, que leva nossas vozes além.
A rede é infinita. E os laços se amarram cada vez que interesses convergem, se tocam. Na verdade, o interesse move as pontas do fio  até apertarem-se em nó. Daí, além de encontros, nascem os vínculos, elos com graus de força distintos, inclusive.

A trajetória da vida, a despeito do mais preciso planejamento, é surpreendente. Nós que nunca cogitamos construir, montanhas e vales desconhecidos e "mares nunca dantes navegados", já diria Camões. O certo é que o desfrute da paisagem ou as vantagens simples do caminho ficam por conta do viajante. Ele é quem sabe o que vai aproveitar de cada detalhe, o que vai extrair para si de cada cenário.

O melhor de tudo é que o destino é sempre passível de escolha. De mudança de rota. De retorno ao ponto de partida em busca de um horizonte mais belo. A opção de carregar a mesma bagagem, de deixá-la para trás pelo peso ou mesmo de adquirir uma nova também está posta: à mão.

É claro que o melhor caminho é aquele que acerta o foco, o que alcança o lugar que - desde o início - quis. Por isso, antes de traçar as estratégias, definir o roteiro e selecionar os itens que ocuparão as malas, há de se descobrir: aonde eu quero chegar?

sábado, 7 de agosto de 2010

À Paulista

Estive em São Paulo na semana passada para o Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji, sobre o qual inclusive pretendo comentar por aqui brevemente. Mas antes, não poderia deixar de compartilhar com vocês o conhecimento precioso que angariei por lá. Segue uma lista do que pude extrair dos usos e costumes dos mano e das mina paulistano. Espero que – como eu – vocês se divirtam.

Aprendi em São Paulo que:

- poRco é trissílaba, já que o R se pronuncia sozinho, né, galera palmeirense?

- Se dribla metrô cheio dobrando/multiplicando o número de baldeações.

- Torres de rádio e TV nada mais são que placas gigantes de sinalização.

- Pode-se lembrar do Galvão não somente no Twitter, mas dando o nome dele a uma rua na Liberdade, contanto que a pretensa “liberdade de expressão” oral dele seja esquecida.

- Não se deve reclamar de engarrafamento no trânsito convencional quando não se conhece a festa da padroeira italiana-paulista – no Bixiga-, que parece querer os devotos literalmente “concentrados” diante dela, sem dar um passo, por horas. É praticamente ferir o direito de ir e vir.

- Japonês enrola até pra fazer sushi.

- O Paraíso vem depois da Consolação.

- Chamar alguém de são-paulino é xingamento [isso eu já sabia, mas constatei].

- Jardinagem é a profissão do futuro: salário mínimo de R$5 mil e ainda te ensinam a plantar. Será que o grande lance é a semelhança dos verdes ou será que dinheiro dá mesmo em árvores?

- Se deve comemorar ao perder a mala e confiar que, num futuro próximo, a recompensa valerá a pena.

- ir vestido a caráter para o estádio não quer dizer encarar os torcedores rivais com a paixão estampada no próprio peito. Camisa em dia de jogo é praticamente mortal. É uma espécie de amor secreto, revelado só na segurança dos parceiros.

- Ser “Mano” não é um privilégio do técnico da Seleça. É um estágio coletivo de tratamento entre a irmandade paulistana. E, pelo visto, a moda vai pegar. Não sei porquê, mas algo me diz que todo brasileiro vai adotar o apelido.

- Plural não existe. É uma coisa sem sentido que algum desocupado inventou pra complicar a vida. Possivelmente, a forma, digamos, “compilada” de se falar por lá seja uma “herança” da desenvolvida e preguiçosa cultura norte-americana.

- Se fica na fila de espera para receber dinheiro tanto quanto para gastá-lo. No banco, para pegar, e numa pizzaria, por exemplo, pra entregar.

- Um sanduíche de mortadela pode ser mais caro que um pastel de bacalhau. Definitivamente, tudo é relativo: depende do tamanho da Fo[A]Me[A].

segunda-feira, 28 de junho de 2010

É transparente!




A Bíblia é clara: “Sobretudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”. Portanto, o coração precisa ser protegido, bem escondido. Afinal, ele é a maior jóia do corpo, de onde pulsa a vida e tudo o que vem com ela ou tudo o que ela traz. Cada sentimento, cada emoção, ficam dentro dele e – dependendo de quem – saem, transbordam, vibram e viram sorrisos, lágrimas, amor palpável, tangível.

É assim com corações transparentes. Conheço alguém que tem um! Na verdade, tenho acesso a uma linhagem de pessoas que tem corações assim. Não cabe a nós julgar o critério hereditariedade aqui, mas pode-se falar que o coração transparente é ainda mais valioso. Embora pareça mais frágil a quem tem sua posse, ele fala mais. Na verdade, grita. Se expõe, sem medo. Anuncia tudo quanto por ele passa. Ele jorra sangue quando precisa, por quem precisa, dá vida sempre e continua na perseverante batida das batidas em ritmo. Nunca falha. Só quando todo o trabalho foi finalizado.

É puro, limpo, em sua essência. Sem maldade ou mácula. Sem sombras, é o que é. Exatamente. E é nessa ausência de opacidade, que o brilho dele fica ainda mais intenso. Até o que queria ser secreto, o que queria ficar no escuro, vem à luz. Avesso do avesso do avesso que é igual. Coerente. É, coração, fundo sem fundo. Aquele onde sempre cabe mais um vira – na real – um armazém infinito de vidas. Vidas que se aproximam espontaneamente ou que sem pedir são transplantadas para ele, como em uma cirurgia sem volta. Com uma urgência inexplicável, as pessoas vão sendo postas.

Mas não é qualquer um que vai para vitrine. Lá, aparente, só devem ficar os desejáveis. Afinal, o que é exposto deve ser o melhor. Funciona assim nas lojas: as roupas da moda ou as de marca reconhecida, as mais caras têm preferência; da mesma maneira, nas feiras, as maçãs vermelhinhas e os peixes fresquinhos tomam a frente dos demais produtos. Deve ser assim na vida também. Corações transparentes devem ser somente aqueles capazes de dar exemplo. Aqueles que tem preciosidades a serem apresentadas. Amor desmedido, cuidado exagerado, misericórdia sempre, bondade à vontade, perdão! Células de vida que pulsam dentro de um comando compassado dia a dia e que só podem aumentar quando divididas, compartilhadas. Não é mesmo?

Como diz a descrição de um blog (www.rafaellacsouza.blogspot.com), “pra falar de coisas minhas, para o mundo, eu tive que renunciar as coisas que eu tinha que esconder (mas quem não sabe, ou pode ver, meu rosto transparente, minh'alma nada opaca, meu coração translúcido!?)”. Verdade, Rafinha. Quem não pode ver o que está sempre à mostra?

Quanto a guardar, já sabemos que o esconderijo mais seguro é nas mãos dAquele que o criou e que constantemente o preenche com ingredientes tão nobres. Ele – a nossa fonte – é quem deve manter as minifontes protegidas e devidamente abastecidas.
O texto é sobre corações generosos e alcançados pela Graça mais infinita do mundo: a de Jesus. Tenho o privilégio de conhecer bem gente assim. Minhas “filhas” todas tem em si o dom de multiplicar a VIDA que alimenta os corações: o amor.

domingo, 27 de junho de 2010

Ela merece!


Bem, povo, sei que eu tou em débito, mas por enquanto, meu post é quase vip. A dedicação é especial hj, mas justa. Yanne, não tendo outro presente pra te dar à distância, aqui vão as palavras.

Resolvi listar poucos, mas importantes motivos pelos quais amo uma grande amiga. Na verdade, 22, pra combinar com a data marcante do aniversário mais festejado e LEMBRADO [ainda que por ela] da semana. Aqui vão eles:

Amo a criatividade infinita e transbordante
Amo o exagero que lhe é peculiar [hehe]
Amo o amor que ela tem por Deus e maneira como prioriza o servir
Amo os trocadinhos e os bordões que são só dela
Amo cada instante que passamos juntas
Amo as caras sérias - dignas de CQC - entre as maiores piadas que faz
Amo o compromisso e a responsabilidade que ela esbanja
Amo a “modéstia” explícita sem vergonha
Amo os e-mails que passa com as milhões de dúvidas e as ligaçõesem meio a algum desespero
Amo o fato de ela ser a melhor fonoaudióloga do mundo e a papa-concursos mais precoce também
Amo o exemplo que ela dá as meninas de quem cuida
Amo quando ela é contrariada e ainda irritada parece doce

Amo o tempo que investimos uma na outra e as conversas que por nós nunca terminariam
Amo o entusiasmo contagiante e como ela se empolga e faz questão de demonstrar isso
Amo o humor feito com perspicácia
Amo a seriedade quando necessária, a maturidade gigantesca, a prudência celestial e o equilíbrio incontestável
Amo a preocupação e o espírito maternal que desabrocham nela de vez em quando
Amo cada sorvete, cada passeio, cada compra, cada detalhe
Amo a família que a gerou e a maneira como se importam
Amo o relacionamento que ela construiu e o modo criterioso como age
Amo o perfeccionismo em tudo, o roxo que ela ama e a forma de mexer no cabelo.
Amo, enfim, o que nos cerca e o que nos une. O prazer simples e real de te amar.

=)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Humor levado a sério


Matéria publicada em O IMPARCIAL, em 22.05.2010, sábado. Quem por algum motivo não pôde ler - deve ter sido pq acabaram-se os exemplares nas bancas - agora pode! Segue meu primeiro texto na capital federal =)


BRASÍLIA – De boné, camiseta branca, calça jeans e tênis, ele chega. Como um personagem congelado saído direto da sala de aula para a entrevista. O jeito maroto do menino não parece combinar com o trabalho de gente grande. Mas se encaixa bem. Danilo Gentili, o garoto que queria ser diretor de cinema, é hoje humorista, repórter do CQC, na rede Bandeirantes , cartunista e até compositor. Mas o ofício, digo, a missão prioritária do paulista de 30 anos é uma só: buscar a verdade, custe o que custar.

O segredo da admiração conquistada e do trabalho que desenvolve, ele conta. “Acho que humor é uma questão de comportamento e verdade. A base da comédia, a melhor matéria-prima dela, é a verdade. Quando mexo com os políticos, com a reação real deles, quando eu escrevo um texto, em tudo o que eu faço, procuro fazer com verdade”, enfatiza.

Pernas longas, caminha muito rápido. Anda muito, vai longe e em pouco tempo. E as aventuras e surpresas reservadas pela vida exercem um certo poder sobre ele. “Eu gosto muito de trilhar caminhos novos. Isso me atrai”. Quando pensou em que formação queria ter, buscou um curso de graduação que pudesse se aproximar ao que de fato almejava. “Eu sonhava fazer cinema. Mas eu só tinha dinheiro pra fazer essa faculdade [Publicidade]. Eu queria ser diretor. Aqui no Brasil é muito difícil fazer cinema. Só se faz filme com dinheiro do governo. Quem sabe um dia eu encare o cinema”.

Enquanto isso, a polivalência rende bons frutos. Trinta músicas inéditas – que ele pretende que sejam um dia gravadas, quadros na televisão de repercussão e carreira consolidada como um dos pioneiros do stand up comedy (comédia em pé) no Brasil. No mundo do stand up, ele iniciou em 2005. Era uma paixão latente: em ponto de explosão. Procurava o formato por aqui, mas não encontrava. O pavio foi aceso quando ele descobriu o Clube da Comédia. “Eu sempre via filmes, seriados, e isso me atraía. O cara sozinho, com a roupa do corpo, fazendo as pessoas rirem. Então, comecei a procurar por aqui algo semelhante. Mandei um texto para a Marcela Leal. Ela gostou e me chamou”. O chamado para o CQC veio após a produção do programa assistir a uma de suas apresentações de stand up. “Foram me ver no bar e me convidaram”, diz.

Modo “solo”

Uma das mosquinhas prediletas do público, Gentili se vê pronto para ingressar em mais um projeto: um late night, elaborado por ele, que deverá ganhar corpo e entrar no ar em outubro deste ano. “Talvez no segundo semestre, por volta de outubro, ou mesmo em 2011. Acho que há possibilidade de depois da Copa, ir ao ar”, esclarece. O programa terá o mesmo formato dos bem-sucedidos norte-americanos, já tradicionais e consolidados, com quadros de humor, variedades e stand up. “Agora, estamos trabalhando nisso. Nas ideias, no elenco. Quanto ao nome, não temos ainda. Achava legal ‘Altas horas’, mas o Serginho [Groisman] já usa”, lamentou.

Sondado pela rede Record para participar do humorístico Legendários, ele recusou. “Conversei um tempo sobre o programa com a Record. Quando ficou mais visível o que seria o projeto, optei pelo CQC. Foi um convite que eu analisei com muito carinho, mas preferi permanecer no CQC. Foi o CQC que me deu uma chance, e eu tenho orgulho e gratidão em fazer o programa aqui no Brasil”, afirma Gentili. O ano de eleições e Copa também favoreceram a opção pela permanência na Bandeirantes. “O CQC é muito forte na cobertura disso. Eu não queria ficar de fora”, completou.

Humor sério

A fuga da formalidade não é completa; existem casos em que a postura é necessária. Com o terno preto e de gravata, Danilo Gentili usa humor para falar de assunto sério. A cobrança pelo cumprimento das leis, por exemplo, e a coragem que intimida – e até o antipatiza diante dos políticos – são dignas do homem feito.

Os temas densos como política e cidadania ditam a tônica dos quadros que o repórter faz atualmente no CQC. No “Proteste já”, ele se reveza com Rafinha Bastos e, ao mesmo tempo em que ouve as reclamações populares, cobra respostas das autoridades. Já o “Cidadão em ação” foi criação do próprio Danilo, com a intenção de aferir o comprometimento e a responsabilidade social dos brasileiros uns com os outros e com a lei.

A vivência nos quadros e com os políticos leva Gentili a uma análise diferenciada, de ambos os lados. Para ele, a realidade do país, inclusive dos políticos, é em parte reflexo da população. “Acredito que eles [os políticos] representam bem o que o Brasil tem. Lá no Congresso, por exemplo, digamos que existam 20% de pessoas honestas, preparadas: a minoria. Tem uns 30% de pessoas burras. Burras mesmo. E uma parcela de aproveitadores também”, opina. “Os que chegam lá ao poder e mantêm o plano de cumprir o que disseram é proporcional à população. Afinal, é ela que os põe lá”, lembra.

Quanto às preferências de cobertura, ele é prático: “Gosto mais de Brasília, de cobrir política aqui”, diz. No ano passado, Gentili frequentava o Congresso Nacional mais intensamente. Com o programa novo de Rafinha Bastos, “A Liga”, e os novos quadros do CQC, houve reposicionamento dos repórteres e Mônica Iozzi foi a nova designada para entrevistar os políticos.

O jornalismo desenvolvido por aqui é audacioso, segundo ele, mas esbarra nas políticas editoriais dos veículos. “Não acho que há covardia nos repórteres de hoje. Eles investigam, descobrem, denunciam passo a passo os esquemas e narram tudo aquilo nos jornais. O repórter brasileiro tem coragem. O problema é que às vezes ele é empacado na edição do jornal. Tenho a impressão que todo meio de comunicação tem rabo preso com alguém”, alfineta.

Com tato

A dissociação entre o trabalho e o atendimento ao público é difícil. O lado adulto costuma falar mais alto. As recepções são variadas. “Eu estou sempre esperando pedra na mão. Aí, quando vem carinho é mais fácil, né?!”, brinca. Entretanto, o respeito à produção das matérias e a responsabilidade com o trabalho nem sempre são bem encarados por quem quer estar pertinho. “Tento atender todo o mundo, dar atenção, mas nem sempre é possível. Às vezes, estou fazendo matéria e tenho que ficar bem quietinho. Fico parado, para que os seguranças não me notem. Mas aí vêm flashes, fotos, eles percebem e isso me atrapalha. Algumas pessoas acabam pensando que sou estrela, metido, mas não. No Congresso, eu viro meio ponto turístico”, revela. O publicitário de Santo André explica que geralmente tenta contornar a situação e ser diplomático. “Preciso ter um jogo de cintura e não irritar minha equipe – eles não tem a obrigação de tirar foto ou dar autógrafos – e também não chatear o público”, pondera.

Menino mau?

A versão menino de Danilo tem uma espécie de retrato. O livro lançado este ano, “Como se tornar o pior aluno da escola”, conta histórias da vida dele, com dicas e planos de fuga e peças a serem pregadas no ambiente colegial. “Eu queria fazer um livro só com os planos, que hoje ficam no final dele: os desenhos. Aí o Marcelo Duarte sugeriu que eu fizesse maior, que expandisse. Então, comecei a contar o que eu fazia na época de escola”.

A repercussão em torno da produção literária de Danilo aumentou quando pais de alunos entraram com uma ação contra a temática e o Ministério Público tornou a publicação recomendada apenas para maiores de 18 anos e solicitou o acréscimo de um selo com tal restrição. “Costumo brincar sobre isso, que meu livro é o primeiro proibido justamente para o público alvo”, comenta. “Não fico chateado com isso, não. Até porque está vendendo bem mais agora. E os pais, os adultos, pegam o livro e até vão se lembrando do que também fizeram no tempo deles. Eles lêem e se identificam”, finaliza. Ele conta que quando idealizou o livro, pensou em levar entretenimento, mas não nega que haja um quê crítico. “A intenção foi mais de fazer algo para se divertir, mas também há um pouco da minha opinião sobre a educação no Brasil. Mas isso está diluído, dissolvido dentro do texto”, explicou.

Além dos temas intrigantes sobre os quais trata, a irritabilidade que causa nos políticos e o humor sarcástico o fazem ser classificado como polêmico. Rótulo com o qual ele não concorda. “Sou humorista. Faço piadas, não polêmicas. Entendo que o papel do humorista é fazer piada. E quem fala mal do que eu faço não pagaria pra ir ao meu show. O meu público me entende”. Parece ser o que basta.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Sobre "headlines"

Depois de eu comunicar papai que tinha criado um blog, depois de ele ter pedido o endereço, depois de eu ter dado...ele finalmente perguntou: “Mas o que é isso, de onde tu tiraste isso?” O que já estava sendo pensado foi na hora ratificado: eu precisava explicar. Por isso, esse post aqui. A intenção é tentar, em linhas gerais, dizer como foi o processo de titulação deste blog. Vamo nessa.
Em uma noite em que a insônia tomava conta de mim, comecei a listar títulos que pudessem dizer algo de mim, chamar a atenção ou mesmo expressar o que eu queria com o blog. Consegui uns sete. Com linhas diferentes, mas sempre tentando me representar, claro. Antes, eu pensava que eu era boa com títulos, mas meu chefe não curtia muito, eu acho...reclamava, às vezes.
Enfim, pensei no jornal, que é uma das minhas principais paixões...pensei no que era mais importante em um jornal. A headline! Manchete, a capa. E pensei na sensação que eu tinha, quando era repórter, e tinha uma chamada de capa, uma foto rasgada com um texto que ocupavam a metade da capa ou o que era melhor: a manchete! Ah, quão agradável [é, óbvio, também preocupante, por outro lado] é o peso de uma manchete! Por isso, achei que se eu pudesse resumir a vida queria que as chamadas dela estivessem todas na capa: não com tragédias ou desgraças, mas com fatos tão importantes e gloriosos que não pudessem caber em outro lugar, que não na capa. Me lembrei também de como o trabalho da gente tem que sempre querer ser espelho, sempre ser o melhor que se pode fazer ou dar...exatamente aquilo que vai na capa! Por isso, eu, jornalista, quero cobrir a capa. Trazer informações essenciais – não só ao dia, não só pelo que rolou ontem, por exemplo, mas à vida dos outros. Os conselhos, as dicas, as experiências...que sejam todas dignas de capa...verdadeiras headlines.
Mas ainda faltava algo. Algo de mim que não estava revelado no título primário – que consta no endereço do blog. Era a transparência. Era a minha parte pessoal e peculiar. Essa era, em certo termo, contrária à descrição anterior. Filosofei, então. Fui buscar o conceito de personagem, de máscaras e das várias faces que as pessoas por vezes costumam assumir. E pensei que essas eram “capas” que, para mim eram estranhas, avessas, desnecessárias. Capas que eu faria questão de perder, de retirar. Dos outros, com a remoção da falsidade, da corrupção ou das mentiras para agradar.
Descobrindo a capa porque se deixa cair o que cobre, o que protege, o que mantém escondido. Descobrir é revelar, é trazer á tona e deixar à mostra, visível. Transparente. Exatamente como eu apareço. De um lado e de outro, feliz, sorriso de orelha a orelha. Zangada, cara amarrada, sem gracejo ou conversa. Triste, lágrimas escorrem pelo rosto facinho facinho. E, como aqui é o lugar de exposição de mim e do que eu penso, então, tiro qualquer capa e me apresento, despida, diante de ti, leitor.

Diariamente com os leões

Tarde chuvosa de quinta-feira. Desde terça à noite penso em postar alguns dos meus devaneios aqui, mas me faltava coragem. Adquiri-a não sei aonde.

Enfim, é engraçado como as pessoas passam a demonstrar preocupação diante de uma situação nova. Incrível como se mostram condescendentes e solícitas sempre quando aparentemente estamos sós e elas, em um conforto que a distância pode proporcionar. Não digo isso tentando culpar alguém: creio inclusive que seja uma atitude involuntária e quase sempre acredito na boa vontade e na afeição de todos [talvez isso seja mau]. Mas é bacana verificar que há um roteiro pré-estabelecido de perguntas. Mas parece que as pessoas querem ter um lead pronto, pra repassar a informação - ainda que mínima.
Ao mesmo tempo, dá pra ver que o sentimento de solidão apavora. O povo teme por si no meu lugar. É uma espécie de misericórdia. Não só de quem está efetivamente sozinho, mas quem imagina como pode ser ficar sem ninguém com suporte do lado.
Digo, não no meu caso, embora tenha vindo e esteja só nessa nova terra. Ainda assim, encontrei quem esteja comigo, encontrei braços hospitaleiros de quem veio do Maranhão e é grato pelo que Deus fez. Deus mesmo tem me dotado de uma força que eu jamais pensei que me sobreviria. Impressionante. Ele tem me ensinado a ser paciente e a crer que nada acontece sem que Ele haja. E faça. É como Daniel na cova dos leões: esperou que Deus agisse. Nada mais podia ser feito, a não ser confiar e depender plenamente.

As novidades me deixam ocupada. Cada detalhe ao qual antes atribuía valor mínimo pode assumir um peso maior, cada vez que eu mesma passo a executar as tarefas. Compras no supermercado sem um carro à disposição são capazes de exigir malabarismo, equilíbrio extra até pra atravessar a rua. Limpar uma casa na qual não se sabe onde está escondido cada produto de limpeza é um desafio também. Cozinhar, até sair de casa na chuva e sem o nome do ônibus na cabeça.
Sair sem saber que caminho se vai tomar, qual direção correta é meio assustador. Mas perguntar sempre ajuda. E isso eu aprendi direitinho. O valor das palavras, a força da expressão e essencialmente o poder de uma interrogação sanada...miraculosos. Perguntar é fácil, não custa nada, e sempre vai te trazer algum retorno. No silêncio, no simples "eu não sei" - que traz o conforto de não se estar só na ignorância - ou em indicações. Práticas, contam pra acelerar e facilitar o dia a dia. Teóricas vão além. Nos fazem notar o outro. Encontrá-lo no meio de tantas ideias próprias, perceber a diversidade.

Mas voltemos ao assunto. Isso tudo gera um friozinho na barriga. Uma insegurança inédita. Mas a partir do momento em que tudo vai sendo descortinado, descoberto, conhecido e até reiventado - do jeito Carol de ver as coisas -, o prazer e a tranquilidade chegam. Sensação digna do final do ciclo das 24h, após matar mais um dos leões que ainda virão. Todos os dias.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Vem comigo?

O blog é um escape. Na verdade, ele é um instrumento que tenta minimizar a distância e principalmente evitar a solidão. É aqui que vou depor, confessar, informar e opinar, sonhar e divagar sobre o que quer que me chame a atenção. Ou eu simplesmente sinta. Bem-vindo quem quiser viajar comigo! =)

É mesmo um pisca-pisca!



Depois de um tempo, a gente resolve aceitar que, por mais difíceis que sejam, as escolhas sempre levam ao novo. E o novo dá medo. Mas, ainda assim, quando se vê que esta é a maior das realidades, é possível tentar se acostumar com ela. E, a partir daí, tornar tudo mais leve, embora muito mais intenso. É quase um "carpe diem". Só que com mais objetivo e interesse.
Toda vez que me dou conta de que as coisas vão passar, misturam-se dois sentimentos contrários. Quando é algo bom, saudade. Se algo ruim, alívio. A sensação de que tem que ser o melhor agora, entretanto, essa, não passa.