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A melhor realidade é sim para os sonhadores.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Lentes Do Contato





Eu tenho astigmatismo. Uso óculos. Pelo menos deveria. Nunca tive lentes de contato. Minha mãe, sim. Ela as põe e tira diariamente. Sem elas, fica uns 10º mais cega. Lentes, em geral, alteram a visão. As dos óculos não trazem mudança permanente. As lentes de contato, quase. Mas elas cumprem direitinho a função de desembaçar, de tornar nítido. São de contato as lentes pois exigem uma intervenção direta, até invasiva, no sentido de se tornar uma só com o olho. Elas colam, viram parte, Se misturam.
É exatamente o que acontece quando alguém conhece Cristo. Recebe lentes. São as lentes DO contato. Essa nova forma de enxergar impele a estar perto, a querer proximidade. Se as coisas de Jesus não fossem tão perfeitas, eu diria que as lentes distorcem até que vejamos o mundo mais distante, justamente para nos obrigar a chegar mais pertinho.
O que eu posso dizer, entretanto, é que as lentes do contato são autoexplicativas. Elas tornam as pessoas semelhantes, da maneira menos monótona da palavra. Elas geram atração pelo que poderia parecer feio. Elas limpam toda a poeira, removem a sujeira e clareiam qualquer ponto escuro. Trazem de volta o foco real: o potencial mover de Cristo (e a perfeição dEle) em cada ser que mira!
Quando as lentes de Cristo grudam em nós, elas persistem. Tornam-se parte natural de nosso corpo. E essa visão sem “escamas”, “traves” e “argueiros” vira a preferida. É por ela que todos os dias Ele nos perdoa, nos entende ou – ainda que não entenda – aponta um caminho melhor, novo. É a vista ajustada que não permite que desistamos. É ela que nos enche de misericórdia e graça.
Ao mesmo tempo, ela não nos cega. Não tapa nossos olhos para o que está errado. Não atribui a nós nenhum grau de ilusão. Apenas cria em nós possibilidade de multiplicar a nitidez da em visibilidade. Como células regenerativas, além de corrigirem em nós, as lentes viram prova de milagre. Vão se reproduzindo tantas vezes quantas for preciso. Pra que possamos receitá-las a tantos quantos as quiserem.
Topando, passa no meu “consultório”. Tem um estoque por lá.   ;)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Take your way



Caminhos são pontes, são conexões. Com sonhos, com desejos, com alvos, com intenções. Desde que nascemos, rabiscamos traços que nos ligam. Do mais primário ao mais complexo. Daquele percurso de volta para casa - que parece vai estar sempre ali - à cesta de basquete do colegial - que parece sempre tão longe.

De uma estrada que nos conduz pelas férias até uma ligação de celular, que leva nossas vozes além.
A rede é infinita. E os laços se amarram cada vez que interesses convergem, se tocam. Na verdade, o interesse move as pontas do fio  até apertarem-se em nó. Daí, além de encontros, nascem os vínculos, elos com graus de força distintos, inclusive.

A trajetória da vida, a despeito do mais preciso planejamento, é surpreendente. Nós que nunca cogitamos construir, montanhas e vales desconhecidos e "mares nunca dantes navegados", já diria Camões. O certo é que o desfrute da paisagem ou as vantagens simples do caminho ficam por conta do viajante. Ele é quem sabe o que vai aproveitar de cada detalhe, o que vai extrair para si de cada cenário.

O melhor de tudo é que o destino é sempre passível de escolha. De mudança de rota. De retorno ao ponto de partida em busca de um horizonte mais belo. A opção de carregar a mesma bagagem, de deixá-la para trás pelo peso ou mesmo de adquirir uma nova também está posta: à mão.

É claro que o melhor caminho é aquele que acerta o foco, o que alcança o lugar que - desde o início - quis. Por isso, antes de traçar as estratégias, definir o roteiro e selecionar os itens que ocuparão as malas, há de se descobrir: aonde eu quero chegar?