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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Diariamente com os leões

Tarde chuvosa de quinta-feira. Desde terça à noite penso em postar alguns dos meus devaneios aqui, mas me faltava coragem. Adquiri-a não sei aonde.

Enfim, é engraçado como as pessoas passam a demonstrar preocupação diante de uma situação nova. Incrível como se mostram condescendentes e solícitas sempre quando aparentemente estamos sós e elas, em um conforto que a distância pode proporcionar. Não digo isso tentando culpar alguém: creio inclusive que seja uma atitude involuntária e quase sempre acredito na boa vontade e na afeição de todos [talvez isso seja mau]. Mas é bacana verificar que há um roteiro pré-estabelecido de perguntas. Mas parece que as pessoas querem ter um lead pronto, pra repassar a informação - ainda que mínima.
Ao mesmo tempo, dá pra ver que o sentimento de solidão apavora. O povo teme por si no meu lugar. É uma espécie de misericórdia. Não só de quem está efetivamente sozinho, mas quem imagina como pode ser ficar sem ninguém com suporte do lado.
Digo, não no meu caso, embora tenha vindo e esteja só nessa nova terra. Ainda assim, encontrei quem esteja comigo, encontrei braços hospitaleiros de quem veio do Maranhão e é grato pelo que Deus fez. Deus mesmo tem me dotado de uma força que eu jamais pensei que me sobreviria. Impressionante. Ele tem me ensinado a ser paciente e a crer que nada acontece sem que Ele haja. E faça. É como Daniel na cova dos leões: esperou que Deus agisse. Nada mais podia ser feito, a não ser confiar e depender plenamente.

As novidades me deixam ocupada. Cada detalhe ao qual antes atribuía valor mínimo pode assumir um peso maior, cada vez que eu mesma passo a executar as tarefas. Compras no supermercado sem um carro à disposição são capazes de exigir malabarismo, equilíbrio extra até pra atravessar a rua. Limpar uma casa na qual não se sabe onde está escondido cada produto de limpeza é um desafio também. Cozinhar, até sair de casa na chuva e sem o nome do ônibus na cabeça.
Sair sem saber que caminho se vai tomar, qual direção correta é meio assustador. Mas perguntar sempre ajuda. E isso eu aprendi direitinho. O valor das palavras, a força da expressão e essencialmente o poder de uma interrogação sanada...miraculosos. Perguntar é fácil, não custa nada, e sempre vai te trazer algum retorno. No silêncio, no simples "eu não sei" - que traz o conforto de não se estar só na ignorância - ou em indicações. Práticas, contam pra acelerar e facilitar o dia a dia. Teóricas vão além. Nos fazem notar o outro. Encontrá-lo no meio de tantas ideias próprias, perceber a diversidade.

Mas voltemos ao assunto. Isso tudo gera um friozinho na barriga. Uma insegurança inédita. Mas a partir do momento em que tudo vai sendo descortinado, descoberto, conhecido e até reiventado - do jeito Carol de ver as coisas -, o prazer e a tranquilidade chegam. Sensação digna do final do ciclo das 24h, após matar mais um dos leões que ainda virão. Todos os dias.

3 comentários:

  1. Nossa adorei o Blog! E por mais que se trate de ti, tu me deste uma menssagem edificante através desse post ... saudades e estareia acompanhando a saga Nahuz.
    Desejo-te toda sorte do mundo.
    Bjus Carol Gaspar' :)

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  2. quando for digitar o texto pra postar, coloca ele JUSTIFICADO.. fica melhor. Beijos :D

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